quinta-feira, 28 de março de 2019

15 fantásticas curiosidades sobre o 25 de Abril de 1974



15 fantásticas curiosidades sobre o 25 de Abril de 1974

Uma revolução que começou com um pneu furado mas que mudou Portugal para sempre. Descubra 15 fantásticas curiosidades sobre o 25 de Abril de 1974.



25 de Abril de 1974
25 de Abril de 1974

7. Porque é o cravo o símbolo do 25 de Abril?

As teorias são várias, e não se sabe se todas elas serão verdadeiras ou apenas histórias que têm sido contadas ao longo dos anos. Uma história parece ser constante: os cravos eram abundantes por serem da época e das flores mais baratas da altura.
A história mais conhecida é a de Celeste Caeiro, a empregada de um restaurante próximo do Marquês de Pombal, em Lisboa, levava para casa um molho de cravos vermelhos. Os militares pediam aos populares comida ou cigarros, e Celeste ofereceu cravos por não ter mais nada. Os soldados acabaram por coloca-los no cano da espingarda. Outra das teorias afirma que terão sido as floristas no Rossio a iniciar a moda: sendo uma flor abundante, começaram a distribuir como forma de celebração.

8. Esteve próximo de existir um bombardeamento?

A revolução de 1974 é conhecida por ter sido neutra, e uma acção militar pacífica. No entanto, poucos sabem que tal esteve perto de não ser assim. Numa altura em que o Terreiro do Paço, em Lisboa, ficava repleto de civis e militares, a fragata Almirante Gago Coutinho era ordenada pelo Estado Maior da Armada para ficar junto do local. Ainda durante a manhã do dia 25, é ordenado ao Comandante que abrisse fogo sobre o local, uma ordem que não foi cumprida, pois havia muita gente no Terreiro do Paço, bem como vários barcos de transportes nas imediações.
Após esta ordem, uma outra chegou para serem lançados tiros de salva para o ar. Como a fragata dispunha apenas de munições de exército, nem o Comandante, nem o Imediato quiseram cumprir a ordem, sobre a pena de criar o caos na zona. Muitos dos presentes chegaram a ser acusados de insubordinação por se terem recusado a cumprir uma ordem de superiores, mas o processo acabou por ser arquivado. Os verdadeiros factos relacionados com o incidente foram também conhecidos só vários anos depois.

9. Foi o 25 de Abril uma revolução sem derramamento de sangue?

Apesar de ser um golpe levado a cabo por militares, a revolução do 25 de Abril ficou conhecida por ter sido pacífica. Mesmo assim, não é verdade que não tenham existido vítimas mortais durante a revolução.
Já no final do dia 25, quando os populares exigiam o fim da PIDE junto à sua sede, em Lisboa, os seus dirigentes disparam contra a população. Desse evento resultaram quatro mortos e vários feridos, as únicas vítimas mortais da revolução.

10. Como chegou a notícia da revolução aos meios rurais?

Um dos principais focos do Movimento das Forças Armadas foi ocupar as sedes dos vários meios de comunicação. Ao longo do dia foram feitos comunicados, que davam a conhecer os objectivos e movimentações do MFA.
Nos meios rurais, no entanto, a informação não se espalhava com tanta facilidade. Após os eventos nos centros urbanos, os MFA levou representantes a vários pontos de Portugal para dar a conhecer as suas ideias e quais as mudanças que iam existir no país.

11.  Sabia que Marcelo Caetano saiu de Lisboa num carro português?

Chamava-se BULA e era uma chaimite de fabrico português. No final do dia 25, entra no quartel do Carmo para retirar Caetano em segurança, depois da sua rendição. Marcelo Caetano e os seus ministros foram levados para o quartel da Pontinha.
As Chaimite eram conhecidos veículos blindados produzidos pela marca portuguesa Bravia. Eram usados pelos militares da época, especialmente na guerra colonial. Apesar de não ter feito grande sucesso no estrangeiro, alguns exemplares anda foram usados no território do Kosovo.

12. Será que a CIA esteve envolvida nos preparativos da revolução?

Não existem provas que a agência norte-americana estivesse relacionada com a revolução. No entanto, um livro publicado em 2008 veio demonstrar que a Central Intelligence Agency estava atenta às movimentações dos militares portugueses, e à possibilidade de uma revolta.
No mesmo livro (Carlucci vs. Kissinger – Os EUA e a Revolução Portuguesa, de Bernardino Gomes e Tiago Moreira de Sá), é também demonstrado que os norte-americanos sabiam da iminência de uma revolução, se bem que foram apanhados de surpresa. A revelação foi feita por Frank Carlucci, embaixador dos Estados Unidos em Portugal em 1975. Carlucci afirmou que qualquer acção desenvolvida teria sido para ajudar na vitória das forças democráticas, que tinham chegado ao poder.

13. Quando foram libertados os presos políticos?

Apesar da rendição do Governo ter sido ainda no dia 25, só um dia depois é que as forças militares conseguiram ocupar o Forte de Caxias – uma das prisões políticas que mais presos recebeu. Dia 27 de Abril foi a vez do Forte de Peniche ser libertado. Apesar de ter sido construído como fortaleza para proteger a população de Peniche, por D. Manuel I, a fortaleza foi uma das mais conhecidas prisões durante o Estado Novo. Foi também palco de uma das únicas fugas da prisão durante a ditadura – em 1960, por vários dos presos, incluindo Álvaro Cunhal.
Já a prisão do Tarrafal, em Cabo Verde, foi libertada a 30 De Abril. Conhecido como o “campo de morte lenta”, devido às fracas condições de vida, foi construído em 1936 como prisão política. No entanto, de 1962 a 1974 foi usado como campo de trabalho onde eram colocados maioritariamente pessoas consideradas pelo regime antifascistas.

14. Quantos filmes existem inspirados no 25 de Abril?

Vários são os filmes e documentários que contam alguns dos acontecimento que antecederam e deram lugar à revolução de 1974. A Hora da Liberdade é um deles: usando relatos e entrevistas reais como base, é um filme de 1999 realizado por Joana Gomes e que relata os acontecimentos que levaram ao início da revolução.
Já sobre o dia que mudou a História do país, o filme mais conhecido é Capitães de Abril, de 2000 e com realização de Maria de Medeiros. A acção centra-se não só nos vários eventos que marcaram o dia 25, como na missão de Salgueiro Maia.

15. Quem foi o primeiro Presidente da República após o 25 de Abril? 

A resposta é António de Spínola. Em Novembro de 1973, é convidado por Marcelo Caetano, numa tentativa de o colocar no regime, para ocupar a pasta de ministro do Ultramar, cargo que não aceita. A 17 de Janeiro de 1974, é nomeado para vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, por sugestão de Costa Gomes, cargo de que é demitido em Março, por se ter recusado a participar na manifestação de apoio ao Governo e à sua política.


António de Spínola
António de Spínola

A 25 de Abril de 1974, como representante do MFA (Movimento das Forças Armadas), aceita do Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, a rendição do Governo, o que na prática significa uma transmissão de poderes. Com a instituição da Junta de Salvação Nacional, órgão que passou a deter as atribuições dos órgãos fundamentais do Estado, a que presidia, é escolhido pelos seus membros para o exercício das funções de Presidente da República. Ocupará a Presidência da República a 15 de Maio de 1974, cargo que irá exercer até 30 de Setembro de 1974, altura em que renuncia e é substituído pelo general Costa Gomes.

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